Toda história tem um tempo e um espaço. A história de Lorenzo Campos começa num passeio com o pai, numa tarde, no estádio de Ombaka, em Benguela, contava apenas sete anos de idade. Olhou para a pista e experimentou pela primeira vez um Karting de aluguer. “Desde aí passei a ir todos os fins de semana, até que depois de já ter passado um tempo, o meu pai ofereceu-me um Karting”, conta o piloto à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA.
Desde então não mais parou. Com o apoio dos pais foi se aplicando e participando em várias competições realizadas na conhecida “terra das acácias rubras”, Benguela. Em 2019 Lorenzo Campos rumou para o estrangeiro com o objectivo de fazer carreira desportiva internacional.
O pai de Lorenzo, Walter Campos, afirma que a decisão de ir ao estrangeiro foi um grande desafio. “O Lorenzo pediu e nós achamos que se quiséssemos abraçar o karting com olhos no futuro não tinha uma outra alternativa que não fosse internacionalmente”, diz.
A família começou por apostar em Portugal, mas sempre com olhos postos na Itália, onde consideram haver maiores possibilidades de Lorenzo se tornar um piloto profissional. Lorenzo conta que, quando foi para Itália, tinha ainda muitas dificuldades porque era o maior palco mundial de formação de pilotos.
Este ano, e com 11 anos de idade, o pequeno piloto mostrou que as dificuldades podem ser superadas. O angolano fez história, ao ser o primeiro piloto africano a vencer o emblemático Troféu Vortex ROK Cup, de kartring, na categoria Mini, disputada no circuito italiano de Lonato, numa prova em que participaram 108 pilotos. Apesar de arrancar da 9.ª posição na final, Lorenzo Campos conseguiu mostrar a sua rapidez e talento até conquistar o lugar mais alto do pódio, numa categoria onde começaram a despontar alguns dos talentos que actualmente alinham na Fórmula 1.
“Nesta última competição aprendi a saber lhe dar numa corrida, corri com piloto que nunca tinha corrido, foram 130”, contou e ressaltou ainda que sonha chegar a Fórmula 1 ser como Lewis Hamilton, “mas para isso sei que preciso de muito trabalho e esforço”.
Walter Campos explica que a categoria do filho é inicial e vai até aos 12 anos, portanto este será o último ano na categoria mini. “Aí sim, como já temos um piloto mais maduro, sabe lhe dar melhor com as frustrações, com as dinâmicas da equipa, neste momento é um piloto que a equipa trabalha muito para ele, para que ele possa ter o melhor pacote possível em termos de equipamento”, avança.
Em Angola, Lorenzo conquistou já cerca de 10 trofeus e fora do país contam-se três. Questionado sobre qual o valor do contrato firmado com a sua nova equipa, o piloto angolano esclarece que até aqui os prémios são apenas os trofeus, sendo que ainda não tem usufruído de pagamentos financeiros.
O piloto, a residir na Europa, está neste momento em Angola, onde a 21 de Dezembro manteve um encontro de cortesia com o Vice-presidente da República, Bornito de Sousa.
Lorenzo Campos saiu de Angola há dois anos, com o objectivo de fazer carreira desportiva ‘fora de portas’. Desde então, o adolescente tem participado da WSK – Word Series Karting, considerada o topo do karting.