Uma pesquisa que está a ser feita pelos investigadores João Diogo Gaspar (independente) e Cláudio dos Santos (UCAN), mostra que actualmente 60% dos jovens líderes angolanos são proactivos e apostam na sua própria responsabilidade de mudar as coisas.
O estudo, que ainda não está concluído, revela que 40% dos jovens não se esforçam o suficiente para alcançar posições de topo de liderança, sendo estes o grupo de pressão.
A pesquisa está a ser baseada numa amostra aleatória de 278 líderes mundiais, desde presidentes africanos, americanos e europeus, dos mais radicais aos menos radicais, pastores, padres, empresários, pais de famílias, professores, autoridades tradicionais (sobas) e domésticas, com base em dados nacionais e internacionais do laboratório de pesquisas e consultoria dos Estados Unidos da América, Hay/McBer.
Em entrevista à FORBES, João Gaspar referiu que as amostras recolhidas dão nota que Angola está no bom caminho. Todavia, frisou, verifica-se um crescimento exponencial de jovens líderes em função do surgimento de novos negócios e da Covid-19, que tem permitido a abertura de várias empresas. “A Covid -19 permitiu o aumento significativo de jovens líderes, uma vez que, como se diz, é na dificuldade que as pessoas se tornam mais criativas”, afirmou.
Reconheceu, por outro lado, que o Estado angolano tem criado infra-estruturas que estão a facilitar o surgimento de novos jovens líderes, através da liberdade que tem dado na tomada de algumas decisões. “Angola está no bom caminho em termos de liderança. Apesar de a pesquisa indicar que 60% dos jovens são pro-activos, ainda é preciso trabalharmos mais”, enfatizou.
Para João Gaspar, a liderança pode surgir de forma natural, quando uma pessoa se destaca no papel de líder, sem possuir forçosamente um cargo de liderança, o que tipifica como “liderança informal”, diferente da formal, que, como disse, se verifica quando um líder é eleito por uma organização e passa a assumir um cargo de autoridade.
João considera que ser um líder é muito mais que assumir apenas responsabilidades. “É trazer segurança para a equipa, fazer acontecer, comunicar expectativas, desafiar a equipa a pensar, ser responsável com a equipa, dar exemplo, recompensar o bom desempenho, aproveitar os talentos da equipa e investir em relacionamentos, entre outras acções”.
O estudo em curso, que espera atingir mais 1000 pessoas, revela também que existem vários tipos de líderes, e que os mesmos mudam em função das características do grupo ou da empresa.