Cerca de 38,5% das empresas em Angola assumem uma alocação de 6% a 15% em cibersegurança no orçamento geral de Tecnologias da Informação (TI), revelam dados de um estudo realizado pela Ernst & Young (EY).
O estudo feito pela EY, nomeadamente “Cibersegurança: Prioridades apenas após o ataque?”, junto de empresas angolanas dos sectores financeiros, petróleo e gás, energia, tecnologia e telecomunicações, indicam que do orçamento de cibersegurança, 44% é alocado a risco, conformidade, resiliência, protecção de dados e privacidade.
De acordo com o partner da EY e responsável da área de Cibersegurança para Portugal, Angola e Moçambique, Sérgio Sá, o orçamento global de TI é chamado a dar resposta às necessidades de digitalização do negócio, que se podem estender do apoio às equipas de venda, à gestão logística e da produção e até ao funcionamento das equipas de apoio, incluindo a financeira.
O estudo aponta também que a adopção da cloud como ferramenta essencial da transformação digital dos negócios cria os seus próprios riscos em matéria de cibersegurança, estando a merecer a atenção das empresas angolanas.
Segundo uma nota de imprensa consultadas pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, as empresas auscultadas pela EY mostraram uma forte sensibilidade para a importância e para a transversalidade das preocupações com a cibersegurança, sendo o CEO a linha de reporte directa do responsável de cibersegurança em mais de 40% das empresas inquiridas, o que demonstra a importância estratégica atribuída ao tema.
“O ritmo de adopção de novas tecnologias digitais é o principal desafio para os responsáveis de cibersegurança em Angola, designadamente a consolidação e protecção dos dados dispersos nas organizações, muitas vezes em resultado de um passado que resulta em múltiplos sistemas e em pouca cultura de segurança dos utilizadores. É preocupante que um dos maiores desafios reportados seja o de conseguir definir e justificar o orçamento da área, o que ilustra um risco grave para as organizações”, refere Sérgio Sá.
Das empresas consultadas, 41% afirma que a sua maior preocupação é que os ciberataques ameacem os dados de clientes, seguidos dos dados financeiros. “A menor importância relativa dada a riscos relacionados com sistemas industriais ou de suporte à operação pode indiciar uma exposição demasiado elevada em áreas que podem ter um elevado impacto financeiro”, ressalta o responsável de cibersegurança.